Instituto Pensar - Mostra online enaltece produção audiovisual de mulheres

Mostra online enaltece produção audiovisual de mulheres

por: Mônica Oliveira 


A mostra será inaugurada com exibição do premiado "A Hora da Estrela” (Imagem: divulgação)

A Filmes de Quintal realiza, com o apoio do Instituto Cultural Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a mostra online "Cinema, olhares no feminino”, que a partir de sábado (15) exibe gratuitamente sete produções audiovisuais nacionais.

Serão cinco longas-metragens e dois curtas que encarnam a potência do cinema realizado por mulheres, em filmes que tratam da condição feminina. A programação vai até 18 de setembro.

Com mulheres retratadas ora pelo empoderamento, ora pela violência sofrida entre os abusos do machismo e da desigualdade, a mostra será inaugurada com adaptação da obra homônima da poeta Clarice Lispector, "A Hora da Estrela” (1985).

Um clássico do cinema brasileiro, a produção da diretora Suzana Amaral, falecida em junho, será exibida em cópia restaurada e digitalizada.

O filme, protagonizado por Marcélia Cartaxo, tem entre os integrantes do elenco a atriz Fernanda Montenegro. O filme arrebatou prêmios internacionais como do Festival de Havana (1986), que escolheu Suzana Amaral como melhor diretora. No mesmo ano, Cartaxo também brilhou e ganhou o Urso de Prata de melhor atriz.

Vários motivos justificam "A Hora da Estrela” na abertura da mostra "Cinema, olhares no feminino”, como explica a curadora, Junia Torres: "Um deles, sem dúvida, é a atualidade das questões colocadas pelo filme, pioneiro em elevar à categoria de protagonista no cinema brasileiro uma personagem feminina, migrante e pobre, e sobretudo como essas questões são colocadas de forma subjetiva, não panfletária”.

Além disso, Junia resgata a importância de Marcélia Cartaxo para o cinema nacional e afirma que a exibição de "A Hora da Estrela” é "um revival muito positivo dessa atriz sendo redescoberta pelas novas gerações, além de ser uma homenagem a Suzana, que nos deixou recentemente”.

Curtas e mais

Os curtas "KBELA”, de Yasmin Thayná, que traz o olhar sobre a condição da mulher negra, e "O Fio da Vida das Mulheres Jaguar”, da xamã e realizadora Maya Flor Medrano, sobre a violência feminina entre indígenas, acionam o universo simbólico e sensível dessas subjetividades.

Para aprofundar questões sociais históricas, completam a programação os documentários "Precisamos Falar de Assédio”, de Paula Sacchetto, "O Amor Natural”, de Heddy Honigmann, e "Câmara de Espelhos”, de Déa Ferraz.

A experiência híbrida do longa "Baronesa”, da diretora mineira Juliana Antunes, que mescla estilos estéticos também poderá ser conferida. A produção acompanha o dia a dia de duas vizinhas e amigas que moram na periferia de Belo Horizonte.

"Todos os filmes significam uma ação das mulheres sobre o mundo, geram ações antimachistas, positivas do ponto de vista do empoderamento feminino. Somos nós falando sobre nós mesmas”, ressalta Junia Torres.

Os filmes ficam disponíveis por uma semana depois de suas estreias. Clique aqui para assistir, a partir de sábado.

Com informações do Jornal da Pampulha Online



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